De Antonieta à Conceição: luta pela igualdade
ESCOLA: Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Getúlio Vargas SÉRIE/TURMA: 7º ano ALUNO(A): Rafaela Santos Barreto
Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis em 11 de julho de 1901. De origem humilde, filha de uma escravizada liberta e órfã de pai, ela recebeu aulas de uma professora que conhecia sua mãe, para mais tarde entrar na escola normal onde concluiu o curso de magistério. Com o ideal de ensinar, abriu seu próprio caminho ao criar seu curso primário no qual foi diretora até a sua morte. Antonieta, além de educadora, colaborou em diversos jornais, e foi professora no colégio Coração de Jesus, um colégio voltado à educação da elite feminina.
Na política, ela participou da Constituinte de 1935, sendo a primeira mulher em Santa Catarina a ser eleita como deputada para o Congresso Legislativo e a primeira mulher negra a ocupar esse posto no Brasil. Ela foi pioneira e inspiração para o movimento negro, e precursora no combate à discriminação dos negros e das mulheres. Antonieta de Barros quebrou inúmeras barreiras em um estado racista, e apesar de sofrer racismo, foi uma das mulheres mais importantes para o estado e a vida negra.
Dentre tantas heroínas negras brasileiras, destaca-se Conceição Evaristo, educadora que busca a igualdade no Brasil e usa sua escrita para trazer à tona a luta antirracista. É dela a frase: “Reconhecer que as mulheres negras são intelectuais em vários campos do pensamento, produzem artes em várias modalidades, o imaginário brasileiro pelo racismo não concebe. Para uma mulher negra ser escritora, é preciso fazer muito carnaval primeiro”.
Essas grandes mulheres trouxeram o debate sobre o racismo no Brasil, que ainda se faz necessário, mesmo que exista lei que o criminalize. Uma das soluções para esse grave problema encontra-se na educação antirracista, visto que busca combater toda e qualquer expressão de racismo, reconhece e valoriza as várias contribuições passadas e atuais, em todas as áreas do conhecimento humano de africanos e afro-brasileiros para o Brasil e o mundo.
A educação antirracista é essencial para a construção de uma sociedade menos desigual e com menores índices de violência, bem como para combater a exclusão escolar, garantir o direito à edução e o desenvolvimento integral de todas e todos os estudantes. Nas escolas, isso significa reconhecer que o racismo também existe nesses espaços. Esse problema ainda é pouco assumido na sociedade brasileira. Apesar de muitas pessoas negarem a ocorrência de práticas racistas, as estatísticas oficiais e diversas situações cotidianas provam o contrário: o racismo existe e está presente entre nós.
De acordo com o site Agência Brasil, mais da metade dos brasileiros declarou já ter presenciado um ato de racismo, e seis em cada dez pessoas consideram, sem nenhuma ressalva,que o Brasil é um país racista. É necessário nos dispormos a reeducar nossa visão para reconhecê-lo, e atuar para superá-lo. Depois de reconhecer que o racismo permeia nossa sociedade, é preciso uma educação voltada aos valores éticos, para uma boa convivência étnico-racial.
Rafaela Santos Barreto, 7º ano;