Por que o 21 de março é o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial pela ONU?

Mar 21, 2022 - 15:37 Atualizada: Mar 21, 2022 - 16:42

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Em memória à tragédia de Shaperville, onde 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

Nesta data o protesto foi duramente reprimido por tropas do exército do regime do Apartheid da África do Sul, resultando em 69 pessoas mortas e ferindo outras 186.

Esta é uma importante data que reforça a luta contra o preconceito racial em todo o mundo.

No Brasil a discriminação racial está presente nas intervenções policiais, sendo que mais de 80% dos mortos pela polícia são negros, promovendo um verdadeiro genocídio da juventude negra em nosso país.

A luta contra a discriminação racial só começou a se intensificar no Brasil após a Constituição Federal de 1988, que incluía o crime de racismo como inafiançável e imprescritível.

A eliminação de qualquer tipo de discriminação é um dos pontos centrais da Declaração Universal das Nações Unidas:

“Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública” (Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial).

Os avanços das políticas de promoção e proteção das pautas racias vivem um constante desmonte e risco de sua extinção, neste ano por exemplo, há uma frente política orquestrada pelos donos do capital econômico, das bancadas das igrejas, do agronegócio e dos grandes industriais que perpetuam em seus discursos, narrativas perversas contra direitos raciais e buscam derrubar a lei de cotas, ela que tem enquanto dispositivo permitido um avanço significativo de pretas e pretos aos bancos acadêmicos e a formação no ensino superior.

Bem como percebemos uma ampliação, nas já existentes, perseguições aos corpos periféricos que trazem em suas genéticas colorações que não interessam ao mercado mundial econômico, a não ser como mão de obra escrava, semiescravizada ou ainda subalternizada pelo conjunto perverso de seus tentáculos no tecido social.

Hoje é o dia, em que mundialmente não precisamos esperar outro de nós morrer para nos mobilizar, hoje é dia de estarmos mobilizadas para que nenhum de nós seja o próximo dado estatístico!

Pela cor que retinta a minha pele e registra na sua superfície a história dolorosa de dor, EU ME LEVANTO CONTRA O RACISMO!

Estejamos vivos para que as próximas gerações possam ocupar grandes e relevantes espaços!